domingo, 23 de janeiro de 2011
Recordações
Eu ainda me lembro como se tivesse sido ontem de todas as vezes que entraste na minha casa. Pisavas este chão, sentavas-te comigo no sofá, viamos televisão, contavamos os nossos segredos um ao outro num tom cúmplice e carinhoso, como sempre faziamos desde que nos conhecemos. Ainda me lembro de te falar sobre as pessoas que me desiludiram, e aquelas que nunca me tinham falhado. Lembro-me de ter incondicionalmente o teu ombro amigo, as tuas palavras a fazerem-me soltar gargalhadas barulhentas mesmo enquanto a minha alma chorava. Tu sempre me conseguiste fazer sorrir... sem esforço, naturalmente. E eu adorava, adorava que viesses cá ter, que almoçasses comigo, que refilasses com algumas coisas, e que me batesses para me provocar e animar ao mesmo tempo. Adorava quando mandavas mensagens a fazeres-te de convidado, porque sabias que a minha casa, era tua também. Até que houve um dia, que eu esperei por ti na varanda, e quando te vi caminhar, nesses passos sempre seguros de ti, com essa força inabalável e intrigante que te consome, eu desejei-te. Desejei que chegasses rápido, que subisses as escadas, entrasses, e ficasses para sempre comigo. E tu olhaste para cima e sorriste, o que fez com que eu senti borboletas na barriga, e não quis senti-las. Mas depois foi tudo igual. Tudo igual e fascinante como os outros dias em que este já tinha sido o nosso programa. Até que nos sentámos no sofá e tu abraçaste-me. Tocaste ao de leve com os teus dedos no meu braço, eu fechei os olhos e senti a minha pele a arrepiar-se. E pensei '' Não, isto não nos está a acontecer.'' Mas mesmo assim deitei a cabeça no teu peito, porque tive necessidade de ouvir o teu coração. Queria saber se ele batia tão rápido como meu naquele momento, e quase que podia jurar que senti a pressão dele a saltar e a bater-me na cara. Então sorri outra vez. Até que tu me puxaste o cabelo para o lado, eu olhei-te nos olhos, e a tua boca ficou tão perto da minha que eu senti-me derreter. Depois abriste-a um bocado, como se quisesses dizer alguma coisa, mas não havia palavras para o que estavamos a sentir naquele momento. Então não disseste nada, mas disseste tudo. Eu continuava a fixar os teus olhos, enquanto eles fixavam a minha boca. Depois olhaste para mim, e sorriste docemente, ali, na minha casa, no meu sofá, e eu soube exactamente nesse momento que tu não eras perfeito, não eras diferente dos outros, mas eras o tal.
E foi nesta noite, quando me deitei na minha cama, que pensei em ti de uma maneira diferente, porque apesar de termos resistido à tentação, apesar de não teres chegado a tocar com os teus lábios nos meus, mesmo que os teus olhos e todo o teu corpo me mostrassem essa vontade, eu soube nesse momento que para mim , aquele tinha sido o nosso primeiro beijo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

lindoooooo *.*
ResponderEliminare obrigada <3
é como eu digo, os 16 acabam por ser a melhor idade :p crescer é mesmo complicado parece que não mas é :s
ResponderEliminarEstá lindo (:
ResponderEliminarVi-te a despedires dele lá no portão, tão qeridos!
Adoro-te muito (L)