
Quando faço uma retrospectiva deste ano que está a acabar, sinto um emaranhado de emoções que tanto me conseguem pôr com o estômago a doer, como me conseguem por o coração a saltar. Este meu ano baseou-se num 8 ou 80 com que nem sempre consegui lidar da melhor forma. Estive tão no topo, e caí tão fundo nos minutos seguintes que era impossivel que não doesse. Fecho os olhos, e respiro fundo. A tua imagem vem-me á cabeça. O meu ano tinha começado com a duvida permanente se devia arriscar ou não. O meu ano tinha começado contigo ao meu lado, e com montes e montes de medos, incertezas, e distâncias que se colovam entre nós. E fizeste-me ir ao expoente da loucura com todas as tuas constantes fases de insegurança que me devoravam a alma em dois segundos. Vai/não vai. Arrisco/não arrisco. Digo/ deixo por dizer. Dou um passo em frente/ ando um para trás. E eu balancei, balancei até perder todas as minhas certezas, e todo o equilibrio que a tanto custo tinha conseguido conquistar. Depois explodi, e tu acabaste por explodir comigo também. E essa explusão não serviu apenas para gritar que estava farta, mas para gritarmos juntos o amor que nos estava preso na garganta e nos saía pelos poros. Foi a nossa sorte. Porque depois de tanto tempo estagnados, com medo do que o futuro nos pudesse reservar, nós arriscámos, e subimos, subimos, subimos, até só se ver azul, só cheirar a flores, só sentir o arrepio da pele, e o sabor da tua boca. Subimos tanto, que descobrimos um mundo que podia ser só nosso, e foi nele que nos instalámos, pois não havia outro sitio onde quisessemos estar, perdão, outro sitio onde alguma vez na nossa vida nos tivessemos sentido melhor. Lembro-me de Lloret, quando ainda nada sério, fixo, assumido, nos unia. E lembro-me de todas as noites, quando ficavamos mais de meia hora sem nos vermos, encontravamo-nos, e abraçavamo-nos à frente de toda a gente. Será que haviam mesmo tantas pessoas ? É que tudo à nossa volta desaparecia quando os teus lábios sugavam os meus, e as tuas mãos me puxavam para tão perto que sentia o teu coração quase a encontrar-se com o meu. E isso, para além de todas as saídas loucas, os choros, os risos, os jogos, o companheirismo, as compras, a praia, a noite, e o viver de uma semana perfeita, foi o melhor que Lloret me trouxe. Trouxe-me todas as noites um bocadinho mais da certeza de quem eu era. De quem eu queria. E uma visão muito mais nitida do que estavamos prontos para ser juntos.
Mantenho os olhos fechados, mas o sorriso desaparece. Este novo ano trouxe-me mil e um problemas em casa. Mil e uma discussoes entre os meus pais, e mais umas mil e uma vezes que os meus irmãos correram para a minha beira e eu os protegi dos gritos com mimos, e lhes prometi, com todas as certezas do mundo, que nada do que acontecesse, os ia separar de mim. E saímos de casa. Os 4, menos tu. E durante a semana que estivemos fora, foste uma desilusão na minha vida. E fizeste-me cair. E eu que estava no auge, passei para o rente ao chão. Para além de tudo o que fizeste de mal, de todos os teus erros que nos deixaram na situação em que estamos, a minha maior e verdadeira desilusão foi o facto de me teres feito tantas, e tantas vezes duvidar do teu amor por nós. E juro-te, é dos piores apertos que se pode sentir. Talvez te tenha falhado em algum momento, mas sabes, eu sou a filha, tu és o pai, não seria suposto seres tu a proteger-me?
Não vou abrir os olhos, está a saber-me bem recordar. O sorriso volta, porque apesar de nem tudo se ter endireitado, estamos juntos. Estamos juntos e unidos e é isso que nos faz continuar a ter espaço para caminharmos todos pela mesma estrada. Só espero nunca ter de nos ver em direcções opostas. O sorriso volta porque me lembro do Meco. Lembro-me dos dias que passámos lá todos. Das noites, das tendas, do frio. Lembro-me que eu e tu estavamos no principio da nossa história, e lembro-me também de andar de meias quando fomos dar uma volta, pisei uma água e havia montes de pedras, e lá ia eu a saltitar, e a resmungar comigo propria interiormente, a estupidez de ter decidido ir dar uma volta ali por perto sem calçar chinélos. E é aí que tu me agarras os braços e dizes : Tira as meias, eu vou calça-las. E eu digo que é obvio que não vais fazer isso por mim. Mas quando o digo, já tiraste os teus chinélos, já os puseste ao pé de mim e estás a dizer-me com os olhos : Faço isto e muito mais. E calçaste as minhas meias sujas, e molhadas, pisaste pedras, andaste desconfortavel, e não te queixaste nunca. Mantivemos o nosso passeio, de mãos dadas, felizes.. E eu pensei nessa altura È por isto que te amo. Por estes pequenos detalhes pelos quais sempre fui apaixonada.
O sorriso foi-se outra vez, mas eu opto por não abrir os olhos mesmo que todas estas memórias me firam a vista quando as relembro. Tu, a minha maior desilusão deste ano. Eras minha melhor amiga, o meu ombro mais seguro, o colo mais desejado. Eras o meu diário, a minha alegria de viver. E depois eu descubro que parte do que dizes são mentiras. E eu que estava tão alto outra vez, raspei com a cara no chão, e esta queda foi dura demais. Porque tu sempre me tinhas ajudado a levantar, e nunca me tinhas empurrado. Dói tanto falar sobre isto que sinto uma lágrima a escorrer-me pela cara. É facil para eles esquecerem-te, e partirem, porque dizem que não mereces. Mas e eu ? O que eu tinha contigo não se esquece assim. Agora parecemos estranhas, porque eu perdi toda a confiança que em ti depositáva de olhos fechados, e foi uma facada nas costas, foi um apertar do pescoço, um tapar-me a boca com um pano até… nada mais fazer sentido. A maior lição de todas : As pessoas que amamos com todo o nosso coração, as pessoas pelas quais faziamos tudo, podem desiludir-nos tanto ao ponto de não haver volta a dar. Porque connosco não há mesmo. Foste o pior deste meu ano, quando em tantos outros te mantes-te a ser o melhor que tinha. Lá está, o 8 e o 80 sempre presentes na minha vida.
Mas ainda bem que ao menos ainda há gente que fica, permanece, faz por merecer, não falha, e nos acolhe de uma maneira que nunca vamos conseguir agradecer. Ainda bem que há gente que nos faz esquecer a distância, porque mesmo longe, conseguimos sentir-lhe a mão a afagar-nos os cabelos. Tu, a prova viva que a distância não separa duas pessoas que nasceram para se encontrar. A prova viva que uma boa amizade pode ser cultivada mesmo com não sei quantos km a separarem-nos fisicamente. A prova viva que se pode amar incondicionalmente. E lá está o sorriso estampado nos meus lábios, porque contigo, não há outra maneira de ser.Depois podia continuar aqui a divagar sobre tantas outras coisas que me fizeram crescer neste ultimo ano, porque o que aprendi melhor foi sem duvida, que o que não nos mata torna-nos mais fortes. E eu tornei-me mais forte graças a todos vocês. Aos que apareceram e me fizeram (e continuam) a fazer sorrir constantemente, aos que tinham feito promeças e as quebraram e foram embora, aos que me desiludiram, magoaram, feriram, e aos que me amaram à sua maneira e da melhor forma que podiam fazê-lo, obrigada. Obrigada por me terem feito descobrir melhor quem sou. Por me terem feito definir melhor as minhas prioridades, e objectivos. Obrigada, porque eu no fim deste ano, sinto-me alguém mais crescido por dentro. Mais vivido. Mais sofrido. Mais amado. E é isto, é exactamente isto, que me faz respirar fundo outra vez, abrir os olhos e sentir-me preparada para encarar este novo ano que se avizinha com um sorriso no rosto, e amor no peito. Só peço uma coisa, aos verdadeiros, incansáveis, e protectores, mantenham-se comigo, porque são a minha razão de viver.
Mantenho os olhos fechados, mas o sorriso desaparece. Este novo ano trouxe-me mil e um problemas em casa. Mil e uma discussoes entre os meus pais, e mais umas mil e uma vezes que os meus irmãos correram para a minha beira e eu os protegi dos gritos com mimos, e lhes prometi, com todas as certezas do mundo, que nada do que acontecesse, os ia separar de mim. E saímos de casa. Os 4, menos tu. E durante a semana que estivemos fora, foste uma desilusão na minha vida. E fizeste-me cair. E eu que estava no auge, passei para o rente ao chão. Para além de tudo o que fizeste de mal, de todos os teus erros que nos deixaram na situação em que estamos, a minha maior e verdadeira desilusão foi o facto de me teres feito tantas, e tantas vezes duvidar do teu amor por nós. E juro-te, é dos piores apertos que se pode sentir. Talvez te tenha falhado em algum momento, mas sabes, eu sou a filha, tu és o pai, não seria suposto seres tu a proteger-me?
Não vou abrir os olhos, está a saber-me bem recordar. O sorriso volta, porque apesar de nem tudo se ter endireitado, estamos juntos. Estamos juntos e unidos e é isso que nos faz continuar a ter espaço para caminharmos todos pela mesma estrada. Só espero nunca ter de nos ver em direcções opostas. O sorriso volta porque me lembro do Meco. Lembro-me dos dias que passámos lá todos. Das noites, das tendas, do frio. Lembro-me que eu e tu estavamos no principio da nossa história, e lembro-me também de andar de meias quando fomos dar uma volta, pisei uma água e havia montes de pedras, e lá ia eu a saltitar, e a resmungar comigo propria interiormente, a estupidez de ter decidido ir dar uma volta ali por perto sem calçar chinélos. E é aí que tu me agarras os braços e dizes : Tira as meias, eu vou calça-las. E eu digo que é obvio que não vais fazer isso por mim. Mas quando o digo, já tiraste os teus chinélos, já os puseste ao pé de mim e estás a dizer-me com os olhos : Faço isto e muito mais. E calçaste as minhas meias sujas, e molhadas, pisaste pedras, andaste desconfortavel, e não te queixaste nunca. Mantivemos o nosso passeio, de mãos dadas, felizes.. E eu pensei nessa altura È por isto que te amo. Por estes pequenos detalhes pelos quais sempre fui apaixonada.
O sorriso foi-se outra vez, mas eu opto por não abrir os olhos mesmo que todas estas memórias me firam a vista quando as relembro. Tu, a minha maior desilusão deste ano. Eras minha melhor amiga, o meu ombro mais seguro, o colo mais desejado. Eras o meu diário, a minha alegria de viver. E depois eu descubro que parte do que dizes são mentiras. E eu que estava tão alto outra vez, raspei com a cara no chão, e esta queda foi dura demais. Porque tu sempre me tinhas ajudado a levantar, e nunca me tinhas empurrado. Dói tanto falar sobre isto que sinto uma lágrima a escorrer-me pela cara. É facil para eles esquecerem-te, e partirem, porque dizem que não mereces. Mas e eu ? O que eu tinha contigo não se esquece assim. Agora parecemos estranhas, porque eu perdi toda a confiança que em ti depositáva de olhos fechados, e foi uma facada nas costas, foi um apertar do pescoço, um tapar-me a boca com um pano até… nada mais fazer sentido. A maior lição de todas : As pessoas que amamos com todo o nosso coração, as pessoas pelas quais faziamos tudo, podem desiludir-nos tanto ao ponto de não haver volta a dar. Porque connosco não há mesmo. Foste o pior deste meu ano, quando em tantos outros te mantes-te a ser o melhor que tinha. Lá está, o 8 e o 80 sempre presentes na minha vida.
Mas ainda bem que ao menos ainda há gente que fica, permanece, faz por merecer, não falha, e nos acolhe de uma maneira que nunca vamos conseguir agradecer. Ainda bem que há gente que nos faz esquecer a distância, porque mesmo longe, conseguimos sentir-lhe a mão a afagar-nos os cabelos. Tu, a prova viva que a distância não separa duas pessoas que nasceram para se encontrar. A prova viva que uma boa amizade pode ser cultivada mesmo com não sei quantos km a separarem-nos fisicamente. A prova viva que se pode amar incondicionalmente. E lá está o sorriso estampado nos meus lábios, porque contigo, não há outra maneira de ser.Depois podia continuar aqui a divagar sobre tantas outras coisas que me fizeram crescer neste ultimo ano, porque o que aprendi melhor foi sem duvida, que o que não nos mata torna-nos mais fortes. E eu tornei-me mais forte graças a todos vocês. Aos que apareceram e me fizeram (e continuam) a fazer sorrir constantemente, aos que tinham feito promeças e as quebraram e foram embora, aos que me desiludiram, magoaram, feriram, e aos que me amaram à sua maneira e da melhor forma que podiam fazê-lo, obrigada. Obrigada por me terem feito descobrir melhor quem sou. Por me terem feito definir melhor as minhas prioridades, e objectivos. Obrigada, porque eu no fim deste ano, sinto-me alguém mais crescido por dentro. Mais vivido. Mais sofrido. Mais amado. E é isto, é exactamente isto, que me faz respirar fundo outra vez, abrir os olhos e sentir-me preparada para encarar este novo ano que se avizinha com um sorriso no rosto, e amor no peito. Só peço uma coisa, aos verdadeiros, incansáveis, e protectores, mantenham-se comigo, porque são a minha razão de viver.
Já percebi porque te deitaste tão tarde! Tanta coisa na cabeça :S
ResponderEliminarPor mais que eu queira, é impossivel fazer-te esquecer essas tantas razões que te fizeram chorar no passado, e é impossivel sofrê-las por ti, mas garanto-te que vais sempre fazer parte do meu presente e eu dar-te-ei todas as minhas forças para te levantares quando a vida te passar rasteiras.
É bom que saibas que és do melhor que tenho na minha vida, mesmo! Já to disse, mas nunca é demais relembrar..
ResponderEliminarMinha querida, espero que sejas muito mas muito feliz <3
ResponderEliminarE que este ano te traga tudo de bom *