Não acredito que depois de tantos anos, o meu coração ainda possa bater tanto quando te vejo.
Reconheci-te ao longe. Há pequenos pormenores teus que tão bem te caracterizam que eu jámais esquecerei. Sorris para mim, e esse simples acto deixa-me gelada, mas o coração está quente. Vejo-te a avançares para me cumprimentares, mas tão depressa te aproximaste como te voltas a afastar. Nunca desvias os teus olhos dos meus. Porquê que demoras tanto tempo? Porquê que não desvias o olhar ? Olha para o meu cabelo, está diferente. Olha para o corpo, para onde quiseres, mas pára de olhar-me nos olhos. Pára de me ler a alma! ''Tudo bem, Jéssica? ''
Meu Deus, apetece-me pedir-te que repitas o meu nome- Jéssica... - o som da tua voz ao dizê-lo, quase me pareceu uma melodia. Suave. Pura. Apetecivel. Tal como tu.
Estás em pé, e eu sentada, mas os teus olhos continuam a fixar os meus, quase que tenho a sensação que estão colados em mim. Diz-me, consegues perceber que sempre sonhei em ouvir-te dizer o meu nome todos os dias ? Ou que tinha tantos sonhos para nós os dois ? Terás tu esta curiosidade de saber como poderia ser o nosso presente se alguma vez tivéssemos tentado no passado ? Estás a conseguir ler nos meus olhos que eu planeei vezes sem conta passear contigo de mãos dadas ? Que imaginei o dia em que te beijaria não uma, não duas, não três, mas todas as vezes que fosse essa a minha vontade ? Diz-me se estas a conseguir ver que eu queria sentir-me protegida pelo teu abraço ? Diz-me se consegues ver tudo o que estive disposta a dar-te.. Consegues, não consegues ? Consegues ver como me dói saber tudo aquilo que podiamos ter sido, mas nunca fomos ?
Baixas o olhar, e vais-te finalmente embora. Os meus olhos seguem-te, e tu olhas para trás. Mas não, eu não estou a ir atrás de ti. Eu nunca mais ei de ir atrás de ti, porque os meus olhos podem não conseguir evitar seguir-te, mas eu já deixei de o fazer há muito tempo.