sábado, 30 de outubro de 2010

Carta para um desconhecido. #6

Chamei-te tantas coisas, tantos nomes carinhosos, tantas alcunhas, tantos adjectivos, mas nada servia para te qualificar, pensava eu. Tu eras tudo para mim, e agora tornaste-te uma desconhecida. Desconhecida.. fica-te bem. Agora encaixa-te na perfeição.
Não pode ser grande , porque não tenho nada a dizer sobre ti. Não te conheco.
Pensava que eras tantas coisas, e afinal és o oposto de tudo o que tinha criado na minha cabeça.
Mentes tanto. E sempre ouvi dizer que a mentira tem perna curta. E não há nada mais verdadeiro que isto. Todos mentimos. Mentiras pequeninas que não são prejudiciais , nem fazem mal a ninguém. Mas sempre pensei que nós nunca tivessemos de mentir uma à outra. Ainda por cima as tuas mentiras todas mataram-me por dentro, mataram-nos, e tenho a certeza que acabarão por te matar também.
É por isso que me eras tanto, e agora vejo-te como uma desconhecida. Porque nunca sei se todas as vezes que falaste, falavas verdade. Se quando dizias que me amavas, amavas mesmo. Se o que sentias por mim era verdadeiro.. porque no fundo, toda a tua vida é uma mentira.
Que tristeza e que vazio me consome todas as vezes que penso em ti.. Mas mais vazia deves ser tu, todas as noites quando te deitas, e te lembras que todas as coisas que nos contaste não passaram de invensões da tua cabeça.
Que sejas muito feliz assim, querida desconhecida, porque eu agora já não tenho o minimo interesse em conhecer-te.

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