domingo, 10 de outubro de 2010

Carta para o teu irmão #4




Esta carta é para vocês, meus amores. Sangue do meu sangue. Ar que eu respiro, força que me move. Para vocês não existem palavras, porque nada neste mundo se equivale ao amor que vos tenho. São os meus principes, os meus amores profundos e eternos. Amo-vos com toda a minha alma.
Gonçalo, quando nasceste eu ainda era pequenina, eras um brinquedo nas minhas mãos, mas lembro-me que desde logo iluminaste a minha vida. Temos 6 anos de diferença, mas nem isso fez com que eu esquece-se o dia em que nasceste. Andava na primária, e o avô foi buscar-me à escola para que eu te pudesse ver. Lembro-me que na minha inocência, pedi a uma educadora que me fizesse uma trança, e sabes porquê ? Porque queria estar bonita para ti. Queria que gostasses de mim assim que me visses, embora eu já te amasse desdas primeiras vezes que toquei na barriga da mãe e te senti a dar pontapés. Não me lembro de olhar para ti a primeira vez, mas lembro-me de ti pequenino, na tua caminha, e de me achar uma senhora capaz de te pegar ao colo, e tomar conta de ti. Mas vejo-te agora. E podes ter a certeza que não há ninguem que te queira tanto bem como eu. Quero continuar a ver-te crescer, embora os meus olhos te vejam sempre como o meu bebé. Sabes que podes confiar em mim, tal como no dia em que olhaste para mim muito sério e perguntaste '' Mana, como é que se dá beijinhos na boca ? '' ou quando agora me perguntas se eu acho que vais arranjar uma namorada ou não. Adoro este tipo de conversas. Adoro saber que é comigo que as tens. Adoro a tua rebeldia, o teu espirito indomável, e o teu lado tornurento e preocupado. Quero estar ao teu lado em tudo, e nunca te quero falhar. Quando te dou raspanetes é porque quero o melhor para ti. Quero que sigas os bons caminhos, que abras bem esses olhos lindos, e escolhas o percurso certo. Que não te deixes enganar. Não quero que sejas perfeito, porque todas as vezes que errares, eu vou estar cá para te ajudar a corrigir esses erros, e a fazer com que crescas graças a eles. Não temas o futuro, meu amor, porque podes caminhar com a certeza de que haverá sempre alguém aqui para te proteger. Esse alguém sou eu.
Amo-vos aos dois de igual forma, mas com o Miguel foi tudo diferente. Ele nasceu e eu já tinha 16 anos. Lembro-me de falar nele a toda a gente, lembro-me de olhar deliciada para a barriga da mãe enquanto ele se mexia lentamente, de senti-lo a dar pontapés e de já o amar igualmente mesmo antes de saber como ele era. Lembro-me da vontade que senti de ir a correr para o hospital quando soube que ele ia nascer naquele momento, e lembro-me ainda melhor de entrar naquele quarto e ver uma luz nova que iluminava não só aquele espaço pequeno, como os olhos de todos os que lá estavam dentro. Eu tive medo de lhe tocar. Era tão frágil, tão inocente, tão puro. Não tenho palavras para descrever o que senti a olhar para ele. Era meu. Meu irmão, o meu amor mais pequenino e doce. Queria olhar para ele noite e dia, queria sentir-lhe o cheiro, protege-lo e ama-lo para sempre. Tenho aproveitado mais a infância dele, porque sou mais velha, e ligo mais a estes pequenos pormenores do que quando tinha 6 anos. Lembro-me dos pezinhos pequeninos, da perfeição dos dedos, do nariz, da boca. Lembro-me do meu fascinio a olhar para ele quando me parecia tão inofencivo. Continuo fascinada de todas as vezes que ainda olho para vocês. Dou-lhe banho, ponho-lhe creme, faço-lhe cocegas. Oiço-o a rir. Meu Deus, haverá algo melhor do que ouvir as vossas gargalhadas ? Haverá Algo que me alimente mais, que me faça mais feliz ? Certamente que não.
Vocês são a minha força diária, o meu orgulho. Todas as vezes que a vida me prega rasteiras e me deixa de rastos, basta pensar em vocês para ter as forças necessárias para me erguer. Todas as vezes que dizem que gostam de mim, que querem ficar sempre comigo, que me dão mimos, beijinhos, abraços, e sorriem para mim com esses vossos olhos brilhantes, eu tenho a certeza que o meu amor por vocês vai ser eterno. Que vou estar incondicionalmente ao vosso lado, porque são a minha razão de viver. Que não restem aqui duvidas, é por vocês que acordo todos os dias e penso que a vida vale realmente a pena.

Com todo o amor deste mundo e do outro, da vossa mana, Jéssica.

1 comentário: